O passado é um animal extinto
na cortina.
Gerânios balançam
na janela.
Bebemos sombras
com os pés na grama.
Noite virada
com meninos-dicionário.
Urso de olhos de botão
na cadeira vazia.
O frio da geladeira
canta.
Tudo é tão miseravelmente simples.
Amiga, anote:
morrerei num sofá
estofado de pelos
e ressaca.
Se isso é verdade,
que piada decadente —
só minha pupila
dilatará
para a lua negra.