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Aguardente


Em criança, um sonho: seria intacta…
e a dor, o medo, em névoa desfaria.
Ver a costura da razão exata
quando a trama do mundo se desfia. 

Pensava em criança: seria plena
— e o tempo, um rio de melancolia.
E os anjos pálidos, em noite fria,
me fariam segredos em condena. 

Desfizeram-se os anos. Olho o vão.
Uma silhueta bebe o absinto, o brilho
de um líquido de estrela morta e fria.
…Sinto o êxtase agudo do descampado,
e rio, com meu próprio veneno, às lágrimas.  

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