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Lugar Nenhum


Não me arrependo.
Não.
Nem da luz que doei,
nem do veneno que bebi.
Tudo se desfaz em épocas.

O desespero alheio
é um copo cheio
que deixo transbordar.

Às vezes, a vida
é só um vago
lembrete do que não somos.

O que começa e acaba
é do tempo.
O resto é este silêncio,
um êxtase raso,
um sabor no sangue —
é romance com o abismo.

Nada importa.
Nada.
Que doce,
esta queda.  

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